quinta-feira, 14 de julho de 2011

O tucano voou

Depois de tanta demora, o ex-deputado federal Gustavo Fruet anunciou a saída do PSDB.

Na entrevista coletiva à imprensa e na carta que endereçou ao presidente estadual do partido, Beto Richa, revelou os motivos de sua decisão.

A culpa maior ele jogou nas costas do governador do Estado, a quem atribuiu um comportamento omisso: “Estabeleceu-se um constrangedor silêncio sobre o tema e multiplicaram-se evidências – públicas e em particular – de que o partido, por decisão sua [de Beto Richa], preferia outro caminho, fora do PSDB, que abdicou de debater um projeto para a cidade e de uma candidatura própria.

Não a candidatura de uma legenda secundária, de um partido satélite, mas de um partido importante na política nacional – o PSDB, pelo qual sempre trabalhei muito”, escreveu, referindo-se ao PSB do atual prefeito Luciano Ducci. Percebe-se que o desabafo do político está recheado de mágoas e de inconformismo.

Na verdade, o que Fruet queria era o apoio imediato do governador, algo que nunca veio e jamais ocorreria, uma vez que a aliança com Ducci se sobrepõe aos limites partidários.
Politicamente, o prefeito de Curitiba é uma criatura de Beto. Gustavo sempre foi ciente disso e prolongou inutilmente o seu abrigo no ninho tucano.

Destino
No sobrevôo que começou a fazer em busca de seu novo bando (no bom sentido da palavra), resta a Fruet um único campo de pouso: o PDT.

O pré-candidato vai cair inevitavelmente nos braços de Osmar Dias e, por conseguinte, passará a integrar a base aliada do governo Dilma Rousseff – uma posição antagônica à aquela que até aqui exercia.

Futuro
No pleito de 2012, para viabilizar-se eleitoralmente, Gustavo terá de usar o ilustre vice-presidente do Banco do Brasil como traço de união com os petistas paranaenses.

De outro lado, o PT verá o movimento com bons olhos, visto que seus principais quadros ocupam hoje cargos elevados na República. Se a meta é machucar Beto para a disputa de 2014 ao Palácio Iguaçu, Fruet é uma excelente solução para a legenda comandada atualmente pela ministra Gleisi Hoffmann.

Já era
O PMDB, não obstante fosse o caminho natural para o reingresso, está fora de cogitação, pois Gustavo conta com a feroz rejeição de Roberto Requião. O senador é levado pelo seu ódio e prefere perder Curitiba com Rafael Greca  (cujo potencial eleitoral hoje é baixo), a vencer com a candidatura que não lhe é simpática. Indiscutivelmente trata-se de um egoísta irrecuperável.

Comemoração
Nos arraiais de Luciano Ducci, o ambiente é de festejo. Soltam-se bombas e rojões com a saída de Fruet do PSDB.

O mesmo ocorre no Palácio das Araucárias, onde o dono da cadeira preta se alegra por não ter de optar pela encruzilhada.

Agora, no campo situacionista, só resta a dúvida de escolher um vice para o atual prefeito.